terça-feira, maio 7

Bilhetes (16)


O matutino neerlandês de Volkskrant publica hoje este artigo. O texto original está no fim da tradução.

Hoekstra : Os pecadores da UE perderão o direito aos fundos europeus e perderão a liberdade do Espaço Schengen.

Os países da UE que negam o Pacto de Estabilidade ou arruínam o estado de Direito, devem ser excluídos de todos os subsídios europeus. Os estados membros que recusam aceitar refugiados devem ser excluídos do Espaço Schengen. São estas as propostas com que Wopke Hoekstra (do partido CDA) ministro das Finanças holandês quer evitar a implosão que ameaça a União Europeia.
Segundo Hoekstra, caso a União Europeia não mude de estratégia está em jogo a ‘way of life’ europeia. As propostas que ele apresenta esta terça-feira no seu primeiro discurso internacional sobre a UE – na Universidade Humboldt de Berlim – são mais ousadas do que as do governo neerlandês recentemente apresentou em Bruxelas. Hoekstra mostra-se como um ‘decidido partidário de uma UE com um sério carácter nórdico. Tempos atrás, alguns membros proeminentes do CDA mostraram-se favoráveis a que seja seguido um rumo mais pró-europeu.
‘Adoro a Europa’, diz Hoekstra no seu discuro na Hulboldt. As férias, as conversas em casa, o tempo que estudou e trabalhou em Berlim, Fontainbeau e Roma convenceram-no da riqueza e da diversidade da Europa. Mas a sua liberdade e a prosperidade encontram-se ameaçadas. ‘Que teremos de fazer para que este sério, razoável, para não dizer bem arranjado continente, com mais de quinhentos milhões de indivíduos (se aguente) num mundo em que só no que respeita população, existem blocos de poder muito maiores?’- disse o ministro. No que respeita o aspecto militar – constatou o ministro – a Europa não se encontra em condições de se defender a si própria. A isso o ministro chamou ‘o cruel paradoxo de 75 anos de paz.’ Além do mais ‘a Europa investe muito pouco na economia do futuro: na biotecnologia, na nanotecnologia, na inteligência artificial. ‘Não existe uma Google europeia, um Facebook europeu, uma Alibaba europeia. E se assim continuarmos nunca as teremos.

Trinta e um de boca

Porque são muitos os países europeus que têm dividas elevadas e fazem poucas reforma, a União não resiste a crises. A gestão política vai sendo seguida com a boca, mas no que respeita a execução é cada um por si. Hoekstra acha sintomático que países-membros ricos como a Dinamarca e a Suécia não querem entrar na zona euro, que a Suíça e a Noruega não querem pertencer à UE e que o Reino Unido deixou o clube.’ A União enfrenta um problema fundamental’
Hoekstra defende uma Europa que seja ‘resistente, próspera e recíproca’. As centenas de biliões de euros que a UE agora despende com a agricultura e as regiões pobres, devem ser investidos nas economias do futuro. A cooperação militar deve-se tornar a norma, bem assim como as aquisições conjuntas de material e a sua estandardização. Há anos que, sem suficiente progresso, a EU discute esses assuntos.
No que respeita a geopolítica, a UE deve abandonar a sua ‘desarmante ingenuidade’ e agir perante a China e a Rússia tal como é: o maior bloco comercial do  mundo. No que respeita uma melhor protecção das fronteiras externas, Hoekstra está disposto a gastar dinheiro. Os estados membros adiaram até 2027 o reforço das fronteiras externas.

Limites da reforma

Hoekstra afirma que não se pode explicar que enquanto, como na Holanda, a idade da reforma sobe para os 67 anos, há estados membros que baixam esse limite, mas em seguida pedincham o auxílio da EU assim que o seu orçamento descarrila. ‘Essa é a razão porque sou favorável a que aqueles (países). que não reformam (as suas leis), que esbanjam o dinheiro recebido da UE, que não respeitam o Pacto de Estabilidade e Crescimento, deixem de ter direito aos fundos europeus.’
Idêntica aspereza acha (o ministro) justificada contra os estados-membros que desmantelam o Estado de Direito: também esse perderão o direito aos fundos comunitários e serão confrontados com o retorno dos controles fronteiriços com os países vizinhos. Os países que recusarem aceitar receber uma justa quota de migrantes, deixarão igualmente de fazer parte do Espaço Schengen.

==========

Texto original:

Hoekstra : EU-zondaars verliezen recht op Europees geld en Schengenvrijheid

EU-landen die het Stabiliteitspact negeren of de rechtsstaat ondermijnen, moeten worden uitgesloten van alle Europese subsidies. Lidstaten die asielzoekers weigeren op te nemen, worden uit de paspoortvrije Schengenzone gegooid. Met deze voorstellen wil CDA-minister van Financiën Wopke Hoekstra een dreigende implosie van de EU voorkomen.

Volgens Hoekstra staat de Europese ‘way of life’ op het spel als de Europese Unie nu niet de bakens verzet. De voorstellen die hij dinsdagochtend doet in zijn eerste internationale speech over de EU – aan de Humboldt Universiteit in Berlijn – gaan verder dan wat het kabinet recentelijk in Brussel op tafel legde. Hoekstra zet zich neer als een ‘geharnast voorstander’ van de Unie met een zwaar noordelijke inslag. CDA-prominenten riepen onlangs op tot een meer pro-Europese koers, Hoekstra wordt regelmatig genoemd als de nieuwe partijleider van het CDA.
‘Ik houd van Europa’, zegt Hoekstra in zijn Humboldt-rede. Vakanties, gesprekken thuis en zijn studie- en werktijd in Berlijn, Fontainebleau en Rome hebben hem doordrongen van de rijkdom en diversiteit van Europa. Maar de vrijheid en welvaart worden bedreigd. ‘Hoe moet het verder met dat keurige, redelijke, aangeharkte, om niet te zeggen brave continent, met maar een half miljard mensen, in een wereld waarin alleen al qua populatie veel grotere machtsblokken bestaan?’, aldus de minister.
Militair is de EU niet in staat zichzelf te verdedigen, constateert Hoekstra. Hij noemt dat ‘de wrange paradox van de weelde van 75 jaar vrede’. Verder investeert de EU ‘bar weinig in de economie van de toekomst’: nano- en biotechnologie, kunstmatige intelligentie. ‘Er bestaat geen Europese Google, geen Europese Facebook, geen Europese Alibaba. En als we zo doorgaan komen die er ook niet.’

Met de mond beleden

Omdat veel EU-landen nog steeds kampen met te hoge schulden en te weinig hervormen, is de Unie niet crisisbestendig. Het klimaatbeleid wordt weliswaar met de mond beleden, maar bij de uitvoering is het weer ieder voor zich. Hoekstra vindt het tekenend dat rijke lidstaten als Denemarken en Zweden niet tot de eurozone willen toetreden, Zwitserland en Noorwegen niet tot de EU en het Verenigd Koninkrijk de club verlaat. ‘De Unie heeft een fundamenteel probleem.’
Hoekstra pleit voor een Europa dat ‘weerbaar, welvarend en wederkerig is’. De honderden miljarden euro’s die de EU nu aan landbouw en de armere regio’s besteedt, moeten worden geïnvesteerd in de economieën van de toekomst. Militaire samenwerking moet de norm worden, net als de gezamenlijke inkoop van materieel en de standaardisering ervan. De EU praat hier al jaren over, zonder veel voortgang.
Geopolitiek moet de EU haar ‘ontwapenende naïviteit’ afwerpen en zich zelfbewust opstellen, als het grootste handelsblok van de wereld, tegenover China en Rusland. Voor een betere bescherming van de buitengrenzen, trekt Hoekstra graag zijn portemonnee. De lidstaten hebben overigens een versterking van die buitengrenzen uitgesteld tot 2027.

Pensioengrens

Hoekstra vindt het niet uit te leggen dat als in Nederland de pensioenleeftijd naar 67 jaar gaat, andere lidstaten die pensioengrens verlagen maar vervolgens wel bij de EU om hulp aankloppen als de begroting ontspoort. ‘En dus ben ik ervoor dat wie niet hervormt, wie Europees geld onverstandig besteedt, en wie het Stabiliteits- en Groeipact niet respecteert, geen aanspraak meer kan maken op Europees geld.’
Eenzelfde scherpe opstelling acht hij gerechtvaardigd tegenover lidstaten die de rechtsstaat ontmantelen: ook die verliezen hun aanspraak op EU-geld én krijgen te maken met de herinvoering van grenscontroles door de omringende landen. Landen die weigeren een eerlijk deel van de migranten op te nemen, kunnen evenmin langer deel uitmaken van de Schengenzone.