terça-feira, junho 28

Boa vizinhança

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Manhosos, sornas, virulentos, entremeiam sorrisos quando falam do tempo, mas são como doninhas, prontos no morder. É cansativo tratar com eles, porque obriga a aceitar-lhes o teatro, ter de falar no mesmo tom, sofrendo que as palavras percam o significado e se transformem em mero barulho, tudo um fingimento, rasteiras mesquinhas, ganâncias de tostão, a cada pausa uma vontade de os mandar àquela parte e, contudo, manter o sorriso, fingindo boa vizinhança até que haja uma aberta e, com um suspiro de alívio, se lhes possa virar as costas.