domingo, abril 3

Pai Nosso, que estais em Belém

(Clique)

Na inauguração do mandato o Presidente da República sorriu muito, abraçou, beijocou, bailou, ofereceu-se banhos de multidão com descontraído e simpático à-vontade.
Devo dizer que esse modo me agrada, pois venho dos tempos remotos do  bigodudo presidente Carmona, do esfíngico Thomaz e do monocular Spínola.
Do inefável presidente Soares lembro a agitação com que arengava às massas, o seu francês, o à-vontade de expor o ventre nu nas praias das Seychelles. O taciturno presidente Cavaco Silva manteve-me na constante expectativa de que um dia, perdendo a paciência, finalmente desabafasse. Ainda bem que para alívio de muitos o não fez, mas Deus queira, e eu espero, que não se refreie quando escrever as suas memórias.
Temos então agora o presidente Marcelo Rebelo de Sousa, com aquele capital de simpatia que não é apenas televisivo, e para o bem de todos muito promete, além de corresponder à perfeição ao anseio que talvez tenhamos (tenhamos? não será "tinhemos"?)  desde D. Afonso Henriques: o de um pai que nos proteja.
Infelizmente, é por demais sabido o que tantas vezes acontece entre pais e filhos.
A ver vamos.