quinta-feira, dezembro 31

Ilhas


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O virar da folha do calendário de nada adianta: é ritual. Tão pouco adiantam os brindes e os beijos. Conta, sim, o instante solitário em que, ouvindo bater as doze, você se pergunta porque é que o que poderia ter sido não foi, e o que poderia ter tido não teve, o que julgava receber não lhe foi dado.
Para si vão os meus votos de que, rodeado de alegria e risos, ao dar a meia-noite não entristeça, não desespere, nem se sinta abandonado ou só. Os outros também são uma ilha. E com Ano Novo ou sem ele há sempre um amanhã. 
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PS. Repetir um voto é uma maneira de estender a mão.