quinta-feira, abril 17

Esplanadas


Em muitas ocasiões basta um sorriso, uma palavra, um olhar, um toque de carinho para mudar o dia. Há momentos de bem-estar que se recordam ao longo da vida, pequenos gestos que equivalem a gotas daquele bálsamo de que a alma necessita nas horas de desespero.
A dificuldade está na dose, no momento, por vezes na intenção. Infelizmente, nem sempre sabemos dar, em muitas alturas falta-nos preparo para receber, e ora não compreendemos o carinho, ora interpretamos mal o gesto, esbanjamos tempo e sentimentos passando de lado, cruzando-nos sem nos encararmos, fingindo que nada temos para dar nem queremos receber.
Por isso me deprimem as esplanadas. Aqueles rostos a mostrar que nada esperam, os olhares vazios, a indiferença dos gestos, a artificialidade dos sorrisos.