sábado, junho 23

O Portugal moçambicano


Com uma expressão de genuíno pasmo, e não era para menos, em meados dos anos 80 contava-me um diplomata holandês, que geria o auxílio a Moçambique, o que tinha testemunhado durante a visita a um ministério em Maputo.
Numa sala de enormes dimensões alinhavam-se dezenas e dezenas de faxes, todos eles matraqueando num ruído de ensurdecer. Por entre as filas de aparelhos moviam-se uns quantos funcionários, não se compreendendo o que os levava a parar aqui e ali, pois em nenhum dos faxes havia rolo de papel para a impressão das mensagens.
Recordei isto ao ler o caso que Henrique Raposo cita do Jornal de Negócios, e o sentimento que me toma não é de pena ou raiva, só desespero e vergonha. Nenhum país merece gente desta.