terça-feira, janeiro 3

Rabanada natalícia

Acontece uma ou outra vez, mas nada que se compare a esta rabanada que, quando a li, logo  disse comigo que era de vitrina.
Ao contrário de alguns, o senhor assinou o e-mail, pelo que merece louvor. A tradução fi-la o mais literalmente possível.

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"Prezado senhor,       
No Natal, em Portugal, na Bertrand, chamou-me a atenção o livro Com os Holandeses. Eu próprio há 25 anos que vivo e trabalho  Com os Portugueses.
Depois de ter lido algumas páginas perguntei-me sobre quem era o livro. Os holandeses, ou o luso-holandês Rentes de Carvalho, (isto) porque reconheço aí o português, mas pouco do holandês. Conhecemos o português como um materialista absoluto, um sórdido avarento da melhor água, sempre alerta para o proveito próprio, (alguém) com quem é impossível cooperar, alguém que contra toda a evidência da experiência e da ciência insiste em descobrir a roda. O português tem um desinteresse total pela beleza e a qualidade. Não serão eles que vão plantar uma árvore, porque isso de nada adianta. Aqui não há amizades. Amigos são aqueles de quem se tira proveito. Adeus amigo se isso vai contra os interesses da família.
E então agora, com o país em crise, nada mais fazem senão queixar-se. Queixam-se até cair redondos. Queixam-se em todas as esquinas. Liga-se o rádio e lá estão eles a queixar-se. De seguida ficam todos à espera até que as coisas melhorem ou vão emigrar. Que fado miserável é este povo. Muito bem descrito e analisado por José Gil em Portugal Hoje, o Medo de Existir.
Cordialmente,"

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O original holandês:

"Geachte heer,
Voor de kerst had ik in Portugal bij Bertrand het boek Com os Holandesas in handen waar mijn oog op viel. Zelf leef, woon en werk ik nu 25 jaar Com os Portugueses.
Na enige paginas te hebben gelezen vroeg ik mij af over wie dit boek gaat. De nederlander(s) of over de nederlandse portugees Rentes de Carvalho omdat ik er wel de Portugees in herken maar nauwelijks de Nederlander. Wij kennen generaliserend de portugees als een ultima materialist, een schraper van de eerste orde, altijd wachtend op een kans tot persoonlijk gewin, onmogelijk om mee samen te werken, iemand die tegen alle kennis en wetenschap in het wiel opnieuw gaat uit te vinden. Een portugees geeft niets om kwaliteit en schoonheid. Een boom zullen ze niet planten, daar heb je niets aan. Vriendschap bestaat hier niet. Vrienden zijn mensen waaraan je verdient. Deze laten ze als een baksteen vallen als het gaat om familiebelang.
En dan nu, met het land in crisis gaan ze allemaal een potje zitten klagen. Klagen tot ze er bij neer vallen. Op iedere hoek van de straat wordt geklaagd. Je kunt geen radio aanzetten of er wordt geklaagd. Vervolgens gaat iedereen wachten tot het beter wordt of emigreren. Wat een miserabele fado is dit volk. Goed beschreven en genaliseerd door José Gil in Portugal Hoje, o medo de existir!
Hartelijke groet,"