O colunista Bart Jan Spruyt, do semanário neerlandês Elsvier, é para mim leitura obrigatória e de proveito. No número desta semana escreve sobre o discurso do primeiro-ministro Cameron depois dos recentes motins de Londres. Segue a tradução que fiz do parágrafo final:
"Além disso, liderança política e democracia não combinam bem. Um líder é alguém que se eleva acima dos seus pares e mostra o caminho. Sabe mais, é mais capaz, tem mais poder. No nivelamento que é o objectivo de todas as democracias – uma divisão justa de "poder, conhecimento e rendimento" – ninguém pode aspirar a elevar-se à liderança. Sentamo-nos todos ao redor da mesa e discutimos até alcançar um compromisso. A única coisa que, como primus inter pares, o líder pode fazer, é convocar a reunião e no final comunicar à imprensa o resultado.
A liderança é uma virtude nobre, não admira portanto que Cameron, primeiro-ministro de num país que ainda tem memória de um passado aristocrático, tenha dado provas de liderança verbal, seguindo as pegadas de Winston Churchill, seu longínquo predecessor,.
Cameron também não podia fazer mais. Em toda a parte as democracias arrancaram as asas aos seus líderes, mas exigem deles que nos tempos de crise sejam capazes de voar".