domingo, agosto 21

Camilo

A Avenida Camilo, no Porto, tem numa ponta o que foi o Liceu Alexandre Herculano, e na outra um modesto busto do escritor. Ao findar 1940, garoto de quase onze anos, eu sabia quem era, já tinha lido Novelas do Minho, Eusébio Macário, A Brasileira de Prazins, talvez outros, sentia-me à vontade para imitar os mais velhos que, ao passar de manhã por ele, saudavam familiarmente o busto:
- Bom dia, Camilo!
Depois, engrossando a voz:
- Olá, ó Rentes!
Como tenho as minhas horas de superstição, pode ter sido daí que o Mestre me tomou em simpatia.