segunda-feira, setembro 29

O cadáver dos outros


Nunca tinha prestado ao assunto atenção em demasia. Morremos, enterram-nos ou levam-nos para o crematório, uns tantos doam o corpo para avanço da ciência... Mais ou menos por aí findava a minha curiosidade. Até que ontem comecei a ler "STIFF".

As críticas não exageram. A despeito do tema o livro é cómico, instrutivo, irreverente, invulgar, exerce sobre o leitor um muito mórbido fascínio.

E assusta. Nem você nem eu estamos ansiosos por saber o que se pode passar connosco depois de mortos. Tãopouco dorme descansado quem fica ao corrente da estonteante variedade de préstimos que, desde a antiguidade mais remota, o cadáver humano tem tido.

Cheguei à página 217 e continuo a rir. Umas vezes às gargalhadas, outras com um riso amarelo. Como facilmente se pode deduzir do título de alguns capítulos: “Dead man driving; The cadaver who joined the Army; The crucifixion experiments; Beating-heart cadavers, live burial and the scientific search for the soul; Decapitation, reanimation and the human head transplant...

Logo à noite entro no capítulo: “Eat me – Medicinal cannibalism and the case of the human dumplings.”