sábado, abril 19

Desabafo


Estou a falar consigo. Sim, consigo. Não se assuste, de juízo vou bem. Só me pergunto em que estado de espírito se encontrava para vir até aqui. Curiosidade minha.
Porque, pela minha parte, o estado em que me sinto não é dos melhores. Há mais de uma semana que para estes lados chove, uma repetição do momento em que o Todo Poderoso recomendou a Noé que preparasse a Arca. E eu detesto chuva. Detesto ainda mais a combinação que dura desde a madrugada: chuva e vendaval.
Tenho prosa séria para acabar, mas não consegui fazê-lo ontem nem hoje. Amanhã também não vai ser e na terça idem. Talvez quarta-feira. Se aguentar até lá.
Estou a falar consigo, mas como chamar a uma “conversa” assim? Diálogo? Que diálogo? Monólogo? Finjo que não é.

O cão entrou a pingar. Sequei-o, e ele, consolado, deitou-se no soalho, adormeceu dum pronto. Talvez seja melhor ir-me também à cama, se bem que o relógio da igreja tenha dado as nove há pouco.
Oiça, desejo-lhe uma noite de bom sono. Desculpe o desabafo.